Haddad diz que lobbies são mais rápidos que governo no Congresso e propõe diálogo para ganhar apoio 6i423j
Segundo ministro, agro mudará de opinião sobre aumento de imposto se aceitar reunião com a Fazenda; ele também propôs debate com bancos e instituições financeiras e bets w675t
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 12, que os lobbies são mais rápidos do que o governo e atuam com muita força, mas reforçou que é uma questão de diálogo para explicar o conjunto de medidas e ganhar apoio. Ele foi questionado sobre a movimentação do Congresso para barrar as medidas alternativas ao decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 20mx
Haddad voltou a dizer que está disponível para discutir com o Congresso as medidas e disse já ter entrado em contato com parlamentares como o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e o senador Ciro Nogueira (PP-PI).
"Estou sempre disposto ao debate. O que eu não gosto é a pessoa que xinga e sai correndo. Aqui não dá. Esse negócio de xingar e sair correndo é coisa de moleque de rua. Estou discutindo com o Congresso Nacional. Estou 100% disponível para visitar os presidentes, os líderes, as bancadas. Quantas horas precisar. Não tem dia para nós, do ponto de vista do interesse público", disse o ministro a jornalistas ao chegar à sede da pasta nesta manhã.
Sua fala também fez alusão à confusão que acabou encerrando a participação de Haddad em audiência conjunta na Câmara na quarta-feira, 11, após ter classificado o comportamento de deputados da oposição como "molecagem" e ter sido chamado de "moleque" por Carlos Jordy (PL-RJ).
Em relação às medidas, Haddad ponderou que o IOF tem a vantagem de entrar em vigor imediatamente e representa uma salvaguarda das contas públicas. "Óbvio que o IOF tem dimensão regulatória, mas ela tem uma arrecadação importante", disse.
Ele destacou que a alternativa trazida pelo Congresso para debater medidas estruturais é melhor e, por isso, houve uma longa reunião no domingo, para discutir o assunto. De olho no orçamento de 2026, ele lembrou que é preciso que as medidas sejam aprovadas até o final deste ano para serem incluídas no documento.
Ele considera natural que haja algum tipo de reação negativa, seja de setores, seja de parlamentares da oposição.
E contou que conversou por telefone com Antônio Rueda e Ciro Nogueira para dizer que não tem problema em discutir medidas de redução de gasto primário, lembrando que a medida provisória editada na quarta já traz quatro ações nesse sentido. "Ela trata de Pé-de-Meia, trata de seguro defeso, trata de Previdência, trata de vários temas. Já trata. E nós vimos ali que, entre os líderes, havia uma boa receptividade dessas medidas", disse, sinalizando que podem surgir novas ações.
Para Haddad, é importante medir o grau de aceitação das propostas no Congresso antes de enviá-las para checar o que tem aderência, e que fará quantas reuniões forem necessárias para isso.
Além disso, o ministro voltou a falar de propostas já enviadas e que estão prontas para serem votadas no Congresso, como o projeto que mira o devedor contumaz, e avaliou que a reforma istrativa é uma possibilidade de contenção de gastos.
Reunião com o agro 502q2q
O ministro disse que, se os setores que estão refratários às medidas propostas pelo governo para um ajuste estrutural das contas públicas se reunirem com a equipe técnica para uma conversa, terão melhor compreensão do cenário e mudarão de opinião.
O governo do presidente Luiz Inácio da Silva publicou na noite de quarta-feira, 11, um novo decreto que recalibra o aumento do IOF. Títulos incentivados, que até então eram isentos de Imposto de Renda, como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), arão a ser tributados em 5%.
Em relação ao agro, ele destacou o crescimento do setor. "Se eles tiverem a abertura de ter uma reunião conosco, vão mudar de opinião. Nós temos um planejamento de Plano Safra, de regulamentação do Conselho Monetário Nacional que, pelo contrário, o agro vai continuar. O agro nunca cresceu tanto como agora. Nós vamos para o terceiro Plano Safra de crescimento", destacou. Ele também pontuou sobre a queda da inflação, sobretudo de alimentos.
"Temos de buscar apoiar os empreendedores ao menor custo para a sociedade. É isso que nós estamos buscando fazer. Não vai faltar apoio. Esse é um instrumento que está causando uma enorme distorção. Há outros que não causam distorção", disse.
Sobre a construção civil, Haddad disse que a área nunca viveu um momento tão bom quanto agora. "É até desleal, da parte de algumas lideranças, atacar o governo. Metade da construção civil neste País é Minha Casa, Minha Vida, que tinha acabado no governo anterior. Vamos deixar a ideologia à parte. Vamos para a mesa, explicar para as pessoas, abrir os números. Não tem nenhuma medida que, do ponto de vista econômico, não seja justa, que não esteja corrigindo uma distorção", disse.
Ele também disse que gostaria de participar de um debate com representantes de bancos e instituições financeiras e das bets para debater os impactos no setor.
